Iriny Lopes |
CARTA AO PRESIDENTE NACIONAL DO
PT
Companheiro Rui
Falcão,
C/C Integrantes
do Diretório Nacional do PT,
Como já é de
seu conhecimento, desde o final de abril, alguns dirigentes do PT do Espírito
Santo têm defendido publicamente o apoio do Partido à candidatura do
ex-governador Paulo Hartung (PMDB) a prefeito da Capital.
Por isso,
solicitamos ao presidente do Diretório Municipal de Vitória que reunisse a
direção partidária para marcar a data para a segunda etapa do nosso Encontro
Municipal. Nele, os 185 delegados e delegadas da chapa única, fruto de acordo
entre todas as forças do PT para garantir a unidade partidária, eleitos no dia
28 de abril, decidirão a tática, a política de alianças e a candidatura do
Partido para as eleições na capital do Estado.
Desde 2005, o
PT realiza em Vitória um governo social e administrativamente exitoso, embora
as últimas pesquisas de opinião divulgadas demonstrem um desgaste do prefeito
João Coser. Não resta dúvida que a campanha difamatória lançada por Paulo
Hartung e seus aliados contra o PT e contra a nossa administração provocou esse
desgaste.
Nos últimos
meses, o ex-governador usou os espaços que lhe foram abertos na imprensa
capixaba para disseminar as falsas ideias de que a administração de Vitória
perdeu o rumo; que a presidenta Dilma é a responsável direta pelas perdas que o
Estado sofrerá com a unificação do ICMS; e que o PT trabalha contra os
interesses capixabas.
Mesmo assim, os
defensores petistas do apoio a Paulo Hartung dizem que nosso Partido está
isolado e que o PT precisa voltar à mesa. Falam que é preciso respeitar a
geopolítica estadual.
O fato é que
conquistamos cidades importantes no Espírito Santo e teremos candidaturas
petistas de continuidade e avanço administrativo em Cariacica, Cachoeiro de
Itapemirim, Colatina e Castelo. Em nenhuma destas cidades o Partido cogita
apoiar candidatura majoritária de outro partido. Além disso, lançaremos
candidaturas em dezenas de outras cidades do Estado e é claro para todos que a
campanha petista na Capital ajudará politicamente o esforço eleitoral no
restante do Estado.
O caso de
Cariacica é exemplar, onde disputaremos com candidatura própria, dando
continuidade a oito anos de administração do PT. Nesse município, um de nossos
principais oponentes é o candidato do PMDB, que seria diretamente beneficiado
pelo horário eleitoral gratuito de Vitória, se esse apoio aos peemedebistas,
desejado por alguns, se confirmasse.
O fato inegável
é que, depois de oito anos de governo em Vitória, será um erro histórico, com
danosas consequências para o PT do Espírito Santo, não lançar uma candidatura
do Partido dos Trabalhadores para a sucessão municipal.
A pergunta que
a maioria da militância e dos dirigentes estaduais estão se fazendo é: por que
motivo o PT deve entregar a disputa eleitoral para Paulo Hartung? Ele não fez
campanha para Lula em 2006, apesar de o governo federal ter sido essencial para
estabilizar sua administração. Não fez campanha para Dilma em 2010. É um
inimigo declarado das posições do PT e, além de tudo, é a encarnação local de
uma política que temos combatido em todo o Brasil.
Renunciar ao
nosso projeto para apoiar Paulo Hartung em Vitória, dizem os defensores dessa
estranha aliança, fará com que aliados do ex-governador apoiem nossas
candidaturas em outras cidades. Mas esta é uma afirmação sem consistência.
Afastado do poder estadual, Paulo Hartung já não tem instrumentos para sufocar
as disputas municipais e impor sua vontade aos partidos e candidatos, como
tantas vezes fez no passado.
Por tudo isto,
ao contrário do que dizem os defensores da tese de que devemos nos dobrar à
vontade e às necessidades de Paulo Hartung, considero que minha candidatura na
Capital reforça, tanto estratégica quanto taticamente, as chances eleitorais do
PT em todas as demais cidades do Estado.
Concluo
lembrando que Vitória é a única capital administrada pelo Partido nos sete
estados que integram as regiões sul-sudeste do país. Nesses Estados temos
candidaturas petistas em três capitais: Porto Alegre, São Paulo e Vitória. Em
duas deles, São Paulo e Vitória, os pré-candidatos são dois integrantes da
primeira equipe ministerial da presidenta Dilma, sendo que Vitória tem a única
mulher como pré-candidata.
Estas são as
razões que movem minha decisão de ir ao Encontro Municipal do Partido para
disputar o apoio de cada um dos delegados e delegadas. Porque o PT merece ser
mais do que simples coadjuvante de um projeto pessoal e de contornos mais que
suspeitos. E porque Vitória merece a continuidade e aprofundamento de um
trabalho que fez da cidade referência nacional em desenvolvimento urbano,
qualidade de vida e inclusão social.
Saudações
petistas
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