Guarapari entra na sua segunda
eleição consecutiva, agora com cinco candidatos. Se na primeira tínhamos
somente Edson Magalhães (sem partido), Ricardo Conde (PSB) e Carlos Von (PSL).
Agora temos mais três candidatos.
No lugar de
Edson, temos Orly Gomes (DEM). Entraram ainda Edinho Maioli (PV), que estava
com Ricardo e Beth Haddad (PHS), que estava com Edson. Assim, temos cinco
candidatos que fizeram novos acordos e deixaram a situação do xadrez eleitoral mais ou menos
assim:
Orly Gomes (DEM)
A coligação de Orly Gomes “Pra
Guarapari continuar crescendo” tem a aliança com DEM, PTB, PSDB, PP e PMN. O
seu vice é o Gabriel Costa, também do DEM e braço direito de Edson. Era ele que
Edson queria como vice na primeira eleição.
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Gabriel e Orly |
Nesta coligação a surpresa é a
adesão do PSDB de Afonso Rodrigues, que chegou a colocar o seu nome como
pré-candidato do partido, mas a direção estadual do PSDB, através de César
Colnago, “obrigou” o casamento com Orly. Vamos ver se Afonso vai realmente vestir
esta camisa como vestiu a de Ricardo Conde na primeira.
Mesmo sendo o candidato
oficial de Edson - o que lhe dá vantagem sobre os outros - Orly é tido como um candidato “pesado”
de carregar. Ainda mais sendo carregado
por um Edson combalido por tantas decisões desfavoráveis na justiça. Não se sabe se Edson será capaz de transferir
votos para Orly, em virtude de sua falta de experiência e traquejo político.
Ricardo Conde (PSB)
Ex-vereador, o jornalista veio
com tudo na primeira eleição. Tinha a maior coligação, os maiores apoios partidários,
o maior tempo de televisão, a maior doação de campanha. Mas tudo isso se perdeu
com a estratégia errada de falar sobre a situação instável da candidatura de Edson.
Para o eleitor médio, Ricardo estava “falando mal” de Edson. Com isso ganhou a
antipatia de boa parte do eleitorado.
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Ricardo e Fernanda |
Após o impedimento de Edson, Ricardo provou que estava certo e começou a
corrida para ser o candidato do partido, pois a sua rejeição já estava colocando
outros nomes em seu lugar, nomes como o de Gedson Merízio (PSB), vereador mais
votado na ultima eleição.
O PSB pensou, através da direção
estadual, até mesmo em se coligar com o grupo de Edson, através de uma chapa
com os nomes de Orly, junto com outro nome indicado pelo PSB. Posteriormente a ideia foi
descartada e Ricardo conseguiu manter seu nome. Se ele fosse alijado desta
segunda eleição, estaria morto politicamente.
Agora, adotou nova postura. Fala bem de Edson e tentou dar mais simpatia a sua campanha,além de buscar votos das mulheres e dos jovens, colocando de vice, a vereadora Fernanda
Mazelli (PSD). Ricardo sofreu grandes perdas na sua coligação, vendo migrar para Carlos Von, partidos importantes como PT e PMDB.
Agora, a coligação, “Muito Mais Guarapari”, tem seis partidos – PSB, PR, PTN, PSD,PPS, PSC e PDT. Aliás o apoio do ex-partido de Edson (PPS), através da direção estadual, também é surpresa na base de apoio de Conde. Isso sem contar o apoio do PDT do prefeito interino Wanderlei Astori.
Carlos Von (PSL)
Tido como zebra na primeira
eleição e ridicularizado por muitos, atualmente está bem posicionado no jogo. Pesquisas
internas comprovam que seu nome cresceu junto ao eleitorado. O resultado disso
é que o apoio para a sua coligação cresceu. Atualmente a coligação “Avança
Guarapari”, tem aliança com PCdoB, PMDB, PSDC e PT.
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Carlos Von e Gilberto Passos |
A adesão destes partidos,
principalmente os dois últimos, gerou discussões sobre uma mudança de perfil na
campanha de Von. Mas o fato é que isso confirma a força do seu nome, afinal, dois
dos maiores partidos do país, não sairiam da base de apoio do candidato do
governador à toa.
Para os partidos, essa mudança é explicada devido a estratégia
errada de Conde, que na primeira eleição mirou o seu discurso em Edson, desmerecendo
a administração que ele fez. Com isso
viu sua rejeição crescer assustadoramente. Com essa nova coligação, Von vai ter que ter um discurso mais
incisivo para manter os votos que conquistou. Dessa vez terá maior tempo de
televisão. Será preciso apresentar bons projetos e propostas.
Beth Haddad (PHS)
Ex-vereadora, ex-secretária
municipal e ex-defensora pública do Estado, Beth Haddad (PHS), aposta na
tradição da sua família, na força do seu discurso e na sua experiência política e na força dos seus apoios (tais como Hartung e Lelo).
Seu nome era esperado na primeira eleição, mas ficou do lado de Edson. Agora
aparece junto do jovem Max Júnior (PRB).
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Max e Beth |
A sua coligação “Nossa Guarapari”, conta
apenas com PHS e PRB. Como mulher, deve buscar votos na ala feminina, e com os
jovens através do seu vice, mas também terá dificuldades, pois os adversários
já comentam sobre o seu possível impedimento em se candidatar. Mas ela afirma
que está tudo certo, tendo inclusive comprovação da própria justiça de que está
liberada, através de documentos do TCE e TCU.
Edinho Maioli (PV)
Esperado na primeira eleição,
Edinho ficou com Ricardo. Teve uma discussão interna e não apoiou oficialmente
o candidato do PSB. Concentrou-se na campanha do seu pai, o ex-vereador Benigno
Maioli (PSDB), que não teve votos suficientes e perdeu a eleição. Muitos
acreditam que Edinho perdeu o “timing” político ao não se candidatar na
primeira eleição, pois estaria colhendo agora, os frutos que Von conquistou.
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Edinho |
Ele era aliado de Carlos e
Afonso, que pretendiam lançar uma candidatura independente, mas Edinho e Afonso
preferiram ficar com Ricardo. Com isso Von veio sozinho e hoje está bem no
cenário desta nova eleição.
Agora, Edinho corre atrás do
tempo perdido tentando recolocar o seu nome no espaço político da cidade, mirando na eleição de deputado estadual.
Alguns acham que ele pode tirar votos de Von, pois os dois teriam um perfil
parecido. O que realmente pode ser um dos objetivos de Edinho. O candidato do
PV precisa explicar ainda, a situação relativa à sua campanha de deputado
estadual em 2010, que ainda estão sendo analisadas pela justiça.
Enfim, este é um pequeno panorama
desta campanha atípica em nossa cidade. O xadrez é um jogo de inteligência e de análise, onde
todos os movimentos devem ser friamente calculados. Os movimentos estão postos.
Vamos ver quem vai movimentar melhor suas peças e dar o “Checkmate” nas urnas.